Deixando de lado a figueira do avô de Machado de Assis e de José Saramgo, que eram de figos cosmestíveis (aquele frutinho verde que para nós, nordestinos, nao diz muita coisa), a figueira citada pelo Prof. Ernâni me leva a boas recordações: primeiro, de uma figueira (de figos nao cosmestiveis, um fruto pequenino) que tinha no terreiro da minha casa no Centro (interior de Pedro II); segundo, lembra-me a história da madastra má que botava a enteada para vigiar a figueira, para que os passarinhos nao bicassem os figos madurinhos. Um dia, a enteada adormeceu embaixo da árvore, e a madrasta a matou e enterrou no quintal. O pai, ao voltar das viagens que sempre fazia, perguntou pela menina, e foi informado que a mesma desaparecera. Desolado o pai passava os dias tristes.
Certo dia, mandou um empregado da casa capinar o quintal, pois estava incomodado com uma touceira de capim que quando o vento batia nela, começava a gemer. Ao bater a enxada no capim, o jardineiro ouviu uma voz: " Jardineiro do meu pai, nao maltrate meus cabelos. Minha mãe me penteou, e a madrasta me enterrou pelos figos da figueira que o passarinho bicou". O jardineiro chamou o patrao e desenterraram a menina, vivinha da silva.
Que belo pedaço da minha infancia. Foi a partir dos contos maravilhosos que cresci com a alma de ilusao. Isso me fez gostar do belo, sempre. Quanto a figueira do terreiro da minha casa...
conto depois.
Ernâni, o resgate que você faz da sua infancia é cultura viva e da boa. Lembro o quanto sempre o admirei. Fisicamente, parecia a descrição de Antonio Conselheiro (desculpe-me), mas tinha (e tem) muita inteligencia. Onde posso adquirir seus livros?
UM RECADO PARA GETULIVAN: estou mandando o endereço. Desculpe a demora. (Professora Marina, de Teresina)
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