20.5.10

DIVULGAÇÃO


PEDRO II: TEM OPALA, OURO E DIAMANTE.

            Quem chega à cidade de Pedro II e passa pelo seu belo portal e ler: “PEDRO II – Terra da Opala”, não imagina que lá tenha também, ouro e diamante. A informação do portal deixa a desejar, já que o lema da cidade é: “Terra da Rede e da Opala”. Quem chega também não tem ideia que lá, segundo o IBGE/2009, tenha 37.850 habitantes pedrossegundenses, como reza seu gentílico. Dentro da mesorrigião centro norte piauiense e microrregião Campo Maior, Pedro II dista 220 quilômetros da capital, Teresina. Seus 603 metros de altitude a fazem de clima gostoso, até meio frio nas lindas noites de céu sempre estrelado. Sobretudo, quando comparada ao calor de Teresina. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD[1]/2000 - seu Índice de Desenvolvimento Humano – IDH – é 0,605. Foi nesta cidade de Pedro II que aconteceu nos dias 14, 15 e 16 de Maio, o primeiro encontro intermunicipal da Rede de Educação no Piauí – RECID-PI no ano de 2010.
            Com o tema: “(Re) Construção do Saber na Convivência do Ser”, sob a Tenda do Acampamento do Saber, nas amorosas e aconchegantes dependências da Fundação Santa Ângela, parceira de todas as horas da RECID-PI, vivenciamos uma inesquecível troca de saberes e experiências. Para que pudéssemos trocar estes diversos saberes, já que as diversidades étnicas, raciais, geracional e de gênero também eram grandes, nos multiplicamos em três oficinas.
a)      A primeira oficina, propunha dialogar sobre o saber nas Comunidades Eclesiais de Base – CEBs;
b)      A segunda oficina, quis dialogar sobre o saber no ser jovem;
c)      E a terceira oficina, se desafiou a debater sobre o saber nas relações sociais de gênero.   
A programação previa também uma oficina sobre sistematização, mas por motivos práticos foi cancelada, tendo inclusive o entendimento que este tema perpassa por todas as oficinas. Foi-me atribuída à tarefa de apresentar para todo o coletivo uma reflexão sobre o saber no Programa Nacional de Formação – PNF – da RECID. Foi assim que pudemos refletir sobre nossa caminhada e dialogar sobre o saber:
 Escutar, olhar e ver, esperar, construir relações humanizadoras, conhecer e conhecer-se, sonhar, caminhar, se organizar, dialogar, planejar, fazer com, avaliar, fazer gestão compartilhada, sistematizar, viver a mística da militância e da poesia, etc.
Predominava no grupo o público jovem. São principalmente do Piauí, da região de Pedro II, mas tem também do Ceará, do Pernambuco e da Bahia. Ouso dizer que são discípulos e discípulas de Irmã Celina, que, aos oitenta anos, mais parece uma adolescente. Apaixonada pela vida, pela educação popular e pelo reino de Deus que, segundo ela, precisa acontecer aqui. Irmã Celina coordena a Fundação Santa Ângela e é, por isso, uma mulher apaixonante. A partir da Escola Familiar Agrícola – EFA – é radical na garantia de uma educação de qualidade. Libertadora e que promova a conscientização. Prepare a juventude para a vida e não somente para exercer uma profissão, diz ela.
Um momento de grande aprendizado foi à exposição e depois o debate com o professor Carlos que nos levou a uma viagem no tempo, olhando primeiro da janela de cada um (a) e depois olhando juntos, a velocidade das mudanças nos processos de vida. A partir das invenções, dos recursos tecnológicos, as influências dessas mudanças no dia a dia da gente. Principalmente as informações que, a partir de Gutenberg, com a invenção da imprensa, revolucionou estes processo e mexeu com interesses das classes dominantes. Falamos do avião, do rádio, da televisão, do computador e da internet... Foi um lindo momento de reflexão sobre o tal progresso e os saberes.
A proposta final da programação e dos coordenadores, o Educador Antonio Carvalho e a educadora Rosinha, ambos da Fundação Santa Ângela, era construirmos, cada um dos três grupos de cada oficina, uma carta pedagógica que serão lidas no próximo encontro intermunicipal, que será na região de picos. Assim, com muita amorosidade, à luz do Projeto Político Pedagógico da RECID, fiel a seus princípios e diretrizes, em sintonia com o Programa Nacional de Formação – PNF -, vivemos em Pedro II momentos mágicos de troca de saberes. A metodologia e a disciplina dos educadores que organizaram e do coletivo todo, possibilitou um avanço. Principalmente nos mostrou que é possível fazer educação popular. Ficou implícito, se não claro, que a informação do portal da cidade precisa ser atualizada. Pedro II tem sim Opala, mas tem também ouro e diamante. Seu povo, seus militantes, homens e mulheres, sobretudo, sua juventude, que pouco tem que ver com quantos aniversários se comemorou, são esse ouro e esse diamante.








Brasília, 19 de Maio de 2010.

João Santiago, Poeta e Militante.  


[1] O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) tem cerca de 180 projetos em andamento no Brasil, o que o coloca entre um dos maiores do mundo. As prioridades da agência no país estão nas áreas de governança democrática, redução da pobreza, tecnologia da informação, políticas de energia e meio ambiente e combate à Aids.


"TENDA DA CRUVIANA" - Pedro II passa primeiro aqui. FESTIVAL DE INVERNO DE PEDRO II -3 1 6 DE JUNHO 2010. http://cruvianadepedroii.blogspot.com/

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