24.1.10

AS CRIANÇAS MIMADAS

- Victor Hugo

Vendo-me tão pouco temido pelas crianças
E tão sonhador diante desses moleques triunfantes,
Os homens sérios franzem com rigor suas sobrancelhas.
Um avô perigoso que ultrapassa todos os limites,
Sou eu. Triste, eterno em sua paternidade,
Não sou nada além de um bom e velho sorriso teimoso.
Essas crianças queridas! Sou avô sem medidas;
Sou o ancestral que ama esses pequenos que a aurora prateia,
E que às vezes, olhando a lua, entediado,
A deseja para eles, e um pouco para si mesmo;
Não sou razoável, eis a verdade. É terrível. Governo mal
E não quero que meu povo me tema;
Ora, meu povo são Georges e Jeanne; e eu, vivido,
Avô sem freios, tendo essa ânsia, ser bom,
Eu os faço transgredir todas as leis, e ouso
Estimular a rebelião em sua república cor-de-rosa.


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