18.1.09

ESSA COISA DA GENTE CULTIVAR A ESPERANÇA




A gente vai vivendo e o desencantamento mordendo o calcanhar da gente. Algumas delas são mordidas danadas de doloridas que levam uma eternidade para sarar. Outras mordidinhas não passam do próprio estar vivo. Os verminhos que somos sonhando com estrelas. Mas vá lá se entender as quantas desse universo esparramado por todos os espaços de si mesmo. Como quer que seja, de uma forma ou de outra, a gente tem um compromisso moral de buscar a esperança. Não aquela de boutique, maquilada de todos os lados com palavras bonitinhas e igualmente vazias de dar medo. Falo de uma esperança pé no chão e cabeça nas nuvens, juntos das pessoas que a gente ama e, por extensão, dos demais humanos cada vez mais distantes, mais diferentes, mas tão perto e tão parecidos com a gente, ao fim das contas. Ao fim das contas o planeta é mesmo um só. Um mesmo e único organismo que se move a 149 mil km por segundo através do universo em sua diversidade espantosa. É dessa vertiginosa existência que a esperança se busca a si mesma, incondicionalmente.

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