Não morro de amores pela cidade de Piripiri. Para quem nasceu e foi criado em Pedro II, com cruviana e tudo o mais isso é natural. Mas devo confessar que a tarde de 13 de fevereiro próxima passada (2009) foi um alento. Havia saído de uma rotina pesada na UESPI de lá. Mais propriamente participado de duas bancas de concurso para professores. Por isso perdi o ônibus que vinha dar até Pedro II e tive que esperar um horário meio alternativo. O ônibus só passou pela rodoviária às 14 horas. E depois que já estava dentro do veículo foi que soube que dali ele iria para a rodoviária rural da cidade, como de fato aconteceu. De lá só sairíamos às 15 horas. Mas foi exatamente nesse intervalo entre 14 e 15 horas que a mágica aconteceu.
Como havia chovido na noite anterior a temperatura estava amena. Durante a manhã também não fez sol. Eu não conhecia tal rodoviária rural que tem o nome do senhor Oton Vieira, um dos pioneiros da viação por estas bandas do Estado do Piauí. O lugar era esmo. Boa parte das lojas fechadas. Nas únicas abertas as pessoas dormitavam por sobre os balcões, em redes improvisadas, em cadeiras de balanço. Só havia dois passageiros no ônibus, mais o motorista e o cobrador. Como disseram que iam demorar uma hora, desci tomei um sorvete, passeei para cima e para baixo da rodoviária. Um silêncio e uma paz absolutos.
Havia um menino negro descaregando uns fardos, uns pacotes em uma das mercearias. E por um momento pareceu-me voltar no tempo da escravidão. Um mototaxista mais adiante parecia estar ali desde toda a eternidade esperando por algum freguês. Perguntei a ele se havia por ali alguma banca de revista e ele disse que não voltando à cara de tristeza por haver imaginado que, por algum tempo, estava ali diante dele um freguês a ser abatido.
Voltei ao ônibus e fiquei o resto do tempo descansando na poltrona. Foi quando entrou uma linda mãe com seu filhinho de olho de bila verde que me encarou logo na entrada, quando o motorista já punha o motor para esquentar e cobrador passava ao longo do corredor do ônibus fazendo seu trabalho. O garotinho de uns três anos sentou-se atrás de minha poltrona e ficou me beliscando. Eles sempre fazem isso comigo. É como se soubessem que podem fazer.
O ônibus saiu do estacionamento e tomou a estrada até Pedro II. Mas aquela tarde ficou para sempre em algum lugar de minha alma absorta.
Como havia chovido na noite anterior a temperatura estava amena. Durante a manhã também não fez sol. Eu não conhecia tal rodoviária rural que tem o nome do senhor Oton Vieira, um dos pioneiros da viação por estas bandas do Estado do Piauí. O lugar era esmo. Boa parte das lojas fechadas. Nas únicas abertas as pessoas dormitavam por sobre os balcões, em redes improvisadas, em cadeiras de balanço. Só havia dois passageiros no ônibus, mais o motorista e o cobrador. Como disseram que iam demorar uma hora, desci tomei um sorvete, passeei para cima e para baixo da rodoviária. Um silêncio e uma paz absolutos.
Havia um menino negro descaregando uns fardos, uns pacotes em uma das mercearias. E por um momento pareceu-me voltar no tempo da escravidão. Um mototaxista mais adiante parecia estar ali desde toda a eternidade esperando por algum freguês. Perguntei a ele se havia por ali alguma banca de revista e ele disse que não voltando à cara de tristeza por haver imaginado que, por algum tempo, estava ali diante dele um freguês a ser abatido.
Voltei ao ônibus e fiquei o resto do tempo descansando na poltrona. Foi quando entrou uma linda mãe com seu filhinho de olho de bila verde que me encarou logo na entrada, quando o motorista já punha o motor para esquentar e cobrador passava ao longo do corredor do ônibus fazendo seu trabalho. O garotinho de uns três anos sentou-se atrás de minha poltrona e ficou me beliscando. Eles sempre fazem isso comigo. É como se soubessem que podem fazer.
O ônibus saiu do estacionamento e tomou a estrada até Pedro II. Mas aquela tarde ficou para sempre em algum lugar de minha alma absorta.
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