Espaço democrático para a arte, literatura e todo papo inteligente de quem, como eu, sabe que 'a vida é breve e a arte é longa', como diz o poeta. Bem-vind@ a essa boteco das arte, na TERRA DA OPALA (Pedro II).
29.12.08
TRECHO DE MEU PRÓXIMO LIVRO "DEBAIXO DA FIGUEIRA DE MEU AVÔ"
Havia sim. Não era lá grande coisa, como se dizia, mas havia. Acho que uns três ou quatro. O quê? Não, não. Três é muito. É isso. Eles eram só dois. Dois para darem conta da cidade que naquele tempo era bem menor do que agora, como o senhor mesmo deve saber. Dois soldadin de merda, viu? Tudo se cagando nas calça ao iscultá um tê-rê-tê-tê, ai, ai. Um desse tamaizin, intanguidin feito um rato morto de fome. E era pra tê medo mermo, num sabe? Tinha cabra valente e invocado que puxava peixeira sem vê nem pra quê. Ah, tinha, o que é que o senhor pensa? Qualquer coisinha assim, qualquer besteirinha assim e você podia receber uma peixeiradazinha no vazio, seu moço. Mas também havia os lugarzinhos do bem bom. Quer dizer os lugarzinho que a gente chafurdava com as menina da rua. Olhe, tinha uma figueirinha, isso eu nunca contei pra ninguém, conto pro senhor, sabendo que é neto dele. Mas conto porque o senhor é um homem de bem e sabe guardar segredo, né? Pois tinha uma certa figueirinhas ali na port da casa do seu avô que, olhe, era bom demais. A gente ficava assuntando quando o velhinho tava pinguço e levava as menidada pra lá. Tudo putinha nova estalando. Comi muitas dela ali, no pé da figueira. Era só se chegar com jeitinho, se escorar no tronco, ficar esfregando, encalçando o pinguelo delas com o bicho aceso e, na hora H, tirar pra fora, levantar o vestido da tira, baixar as calçola e enfiar direitinho que era para a bicha não grunir e, aí, tome fava que tome fara até dizer chega, he, he he.
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