Austregésilo Pafunço, um amigo de longa data, era quem escrevia aquele desabafo em tom shakespeareano. O outro ia abrindo as entranhas de seu coração até não mais poder. A carta continuava nesse tom melancólico e tinha agora páginas e mais páginas de um desabafo contundente. Para se entender, porém, como Chico Cotia via o mundo e, principalmente, como alguém tão alegre como ele tornara-se aquele homem acabrunhado e sorumbático no fim da vida, é preciso que se comece a contar sua história pelo começo. Melhor dizendo, é preciso se imaginar como ele mesmo via a si e a vida.
(Trecho inédito do Meu livro de contos).
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